
Em cima de uma cômoda estava um relógio parado, o quarto se encontrava iluminado pelos raios do sol que entravam pela janela, o relógio estava em perfeito estado, mas os ponteiros estavam imóveis, nada perturbava aquela paz. Mas o tempo teimoso, não para, as cores do céu muda a cada segundo, cada vez mais escuro ate a lua e as estrelas se estenderem em pontos de luz e depois cada vez mais claro ate o sol ofuscar a metade da laranja que é a terra e as nuvens enfeitar o céu.
É assim todos os dias, a pessoas paradas ou não, se transformam, vitimas do tempo, todos somos sujeitos, todos somos afetados, alguns abraçam a idade com doçura outros com amargura. O tempo é assim, para alguns é um monstro, para outros um anjo que os acompanham no decorrer de suas vidas, é claro que isso depende dos fatores do que a gente quer e espera da vida.
O tempo nos cura e nos trás saudades, o tempo me livra da raiva e às vezes me trás dor. E quando sinto dor, contemplo do sofá o relógio parado em cima da cômoda velha do quarto, as vezes por horas, as vezes só alguns segundos, a verdade é que nunca sei pois o relógio se encontra parado.