sábado, 30 de maio de 2015

Momentos antes

Eu poderia ter dezenove de novo senão fosse a postura toda desenvolta, o carro, o despojamento. Encostada no carro fumando um cigarro, não passava quase nada na minha cabeça, o frentista me repreendeu dizendo que não poderia fumar ali, apenas assenti e me afastei.
Uma garota desceu de um carro e me pediu um cigarro, apenas peguei o cigarro no bolso e entreguei, sorri, ela perguntou o que houve.
- Me parece menor
- É porque eu sou, mas fica tranqüila que meu pai sabe, alias ele sabe de coisas que nem fiz ainda, mas segundo ele faço ou vou fazer.
Duas garotas vieram ate nós e ela me apresentou, nomes que claro não lembro, me apresentei também, mas de verdade não prestei nenhuma atenção. Tanta gente ali, mas eu estava sozinha, nenhum rosto amigo ou de meu interesse, terminei o cigarro, me despedi e aqui estou.
Quando cheguei lembrei-me do meu irmão comentando que eu sempre chego em casa como um furacão, nunca chego em silencio, verdade, não tomo cuidado para não bater o portão, apenas não acordo a vizinhança inteira, mas barulho é inevitável, eu sou toda barulho, quase nada silencio e muita confusão.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Saudades de mim.

Eu não sei se você já se pegou com saudades de você no passado, mas eu já, por diversas vezes por sinal, olho pra trás e lembro de uma criança não muito sentimental com um coração bom, que de todas as coisas do mundo, com certeza não era egoísta. Ciumenta, ciumenta sim, cimenta ate hoje, inclusive da minha mãe, minha mãe é minha, não quero saber que tenho dois irmãos, ela é só minha e esteja dito.
Aquela criança que não gostava de bonecas e sonhava com o dia que ia doar todas, aquela criança que ganhava uma bola a cada três meses pois elas acabavam de tanto uso, aquela criança com sorriso solto, que empinava pipa, aquela pessoa inocente do tipo de criança que são raras hoje em dia. Cara, como eu mudei, como sinto falta de mim.
Eu olho pra mim e vejo como sinto raiva por nada, por coisas bobas, por coisas que daqui uns três meses eu não vou entender de onde tirei tanta raiva e nem porque me senti assim, é tão fútil, tão... É, eu gostava mais de mim quando o pouco era muito, quando eu corria de beijos e ria com mais facilidades das caricias do meu pai, quando raspava a bacia do bolo, quando chorava porque queria ir a escola, quando meu cérebro explodia de criatividade.
É, estou morrendo de saudades de mim.
Eu era uma preguicinha cheia de energia, eu acreditava mesmo que ninguém acreditasse, eu não só sonhava, eu tinha fé nos meus sonhos. Poh, saudades daquilo tudo, do pé de manga, da minha vó, panquecas, macarrão e da casinha no pé de tamarindo, dos finais de semanas na casa da minha vó, como eu amava minha vó, que saudades daquela velha estressada, que dor foi perde la!
Como eu cresci, como eu me sinto velha! Como eu não me reconheço e aprendo a me amar do jeito que sou.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Uma entre tantas

Eu fico pensando que todas as pessoas são por si só, loucas, da certo desespero e uma sensação de conforto, “não estou sozinha”. Eu vejo tanta gente nas noites, algumas com sorrisos pregados no rosto outras com cara de tedio inalterada.

Eu gosto de observar os rostos, eu gostos das meninas e de todas elas sempre tem as que me prendem o olhar por mais tempo. Tem aquela que ficaria todas as vezes que me presentearem com a oportunidade, com ela não é amor, não é paixão, mas é um encanto gostoso.

É uma vontade sem fim pelo seu gosto, pelo seu olhar, por suas mãos leves, por todo esse seu jeito gostoso de ser, aquele sorriso, a energia ao dançar, contagia o ambiente e quando vejo já estou com um sorriso bobo no rosto e hipnotizada por vários minutos sem parar de te olhar. As noites que te encontro tem sempre outro gosto, tem sempre algo mais doce nela, é eufórico, é sorriso sem fim.

E se tem um lado bom na vida, esse lado é você e essas coisas boas que encontro em mim ao te encontrar.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

É isso ai molecada

Talvez eu não tenha todo esse pique para pegação porque eu sempre estive uns anos na frente. Sério, meus amigos chegam em mim e falam “mas você não muda”, mudar no que? Sempre fui correria e responsa.

Ok juízo nunca foi lá meu forte, mas isso é ponto de vista, não da pra viver sem ter o pé no chão, mas também não da para deixar de sonhar. Se não tenho tudo que quero hoje, é porque quero o mundo e não movo uma palha para chegar ate ele.

Vou caminhando sem destino certo, vou me encaixando e sendo feliz como calhar. Quanto ao amor, sempre escrevi muito sobre ele, mas eu nunca amei incondicionalmente, em algum momento minha razão sempre falou mais alto.

Por quê? Não sei, talvez não encontrei a pessoa, talvez por ser independente desde que me entendo por gente, quando digo independente, não é que não preciso de ninguém.

Preciso sim e gosto de ser cuidada, mas preciso dos meus momentos de silencio, de liberdade porque eu sou todo barulho e drama. Eu gosto dessa paz, mas gosto mais quando ela vem com toda essa diversão, amigos, role, conversa fiada e tanta risada! 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Minha poesia

E se eu fizer de você minha poesia, o que será feito do meu coração? Já consigo ver você com toda essa simpatia roubar completamente minha razão.

Já sinto meu ciúmes ao te ver por ai sem mim, sempre tão cheia de vida conquistando quem passa. Já temo o primeiro drink e a pista sem mim.

Não é nem pessimismo, é a ausência de sentimento das partes, se eu dissesse que é só atração física também estaria escondendo os fatos, não é uma beleza estonteante, mas é um conjunto tão harmônico e encantador, horas, me prende. E é só uma coisa passageira, uma bobagem que já já some do meu pensar, mas é uma delicia gostar.

Não, meu caro, não é amor, é um gostar contagiante que as vezes vem acompanhado de saudades, é a menina que passa e te deixa curioso, mas você não sabe nem o nome e que provavelmente você não vai ver nunca mais e se ver vai sorrir pra si sem coragem. Quando a solidão bater e aquela imagem dela vir a mente, vai se chamar de covarde e ficar pensando no que ia dar e se ia dar e se um dia ela volta a passar.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Pra não deixar o silêncio reinar.

Eu sinto falta dos beijos e abraços, mas é claro, sinto falta de acordar e receber aquele abraço apertado dado por trás com um beijo entre minha orelha e minha testa, um erro embebedado por sono. É claro que sinto falta de um corpo quente ao meu lado.

Mas lembro de como dói o envolvimento de dois mundos e sinto tanto medo. Esse medo que me prende que me trava na hora de dizer o que quero, de demonstrar como sou.

O ano mal começou e eu estou aqui pousando de trouxa, com um sorriso abasbacado e mãos aos bolsos no meu jeitinho brincalhão e bobo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Vazio

Ela só dizia que me amava quando eu a largava, nas brigas antes do termino, nas discussões intermináveis que ela me pedia para voltar. Eu era quem dizia “te amo”, eu era quem ouvia “Eu também”. Te amo e eu também são duas palavras de valores diferentes não?

Amar, amar como ela me amou qualquer uma amaria, sem riscos, nunca fez nada que não poderia ser maquiado ou negado veementemente.

Já eu, verdade, eu não tinha nada, a não ser meus sonhos, uma vontade imensa de me assumir para meus pais e os anos que não consegui me interessar em ninguém, nos anos que achei que ninguém merecia ficar com alguém como eu. Sem duvida a maior culpada por tudo sou eu, sempre a deriva e com um costume de acreditar que as coisas podiam mudar.

Hoje a tristeza bateu e sei que os dias serão difíceis, mas como tudo na vida eles vão passar e nunca mais voltaram, construir sua vida no presente e viver cada dia de cada vez, algo tão simples e tão difícil de fazer. Existe um vazio enorme dentro de mim e ao mesmo tempo uma dor.

Viver é maravilhoso, mas muitas vezes dói.


"Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar"