domingo, 29 de abril de 2012

Da noite!

O céu estava negro sem estrelas, o frio enfim chegara e o vento passava pelos seus cabelos, uma jaqueta sobre os ombros e um jeans apertado nas pernas. Ela costumava gostar de luvas quando pequena, agora mal se vestia. Era dona da avenida e nunca se apaixonava, o carro parava ela subia e tudo acontecia, o carro a deixava no mesmo lugar e era assim ate a noite acabar. Bonita, cabelos ondulados, olhos azuis e firmes a encaravam no espelho. Há muito tempo ela já não sabia como se sentir sobre si, não tinha família desde que se lembrava. Podia ter estudado e trabalhado como uma pessoa bem vista na sociedade, mas sentia um desprezo nas pessoas que a impedia de ser assim, gostava da noite, a noite parecia mais sincera, era uma verdade tão crua. Caras inseguros, caras que se sentiam no poder, caras carentes, playboys imbecis, velhos, moços, homens de todo tipo, porem todos pagavam. Ela vivia uma vida confortável, aos 23 anos já possuía casa e carro próprio, seus vizinhos não a conheciam e ela não os conhecia, tinha poucas amigas e mesmo assim apreciava sua vida. Mas como todo humano, alguma noite se sentia triste e só e um coração quente batia por baixo da pele e gordura. Nessas noites se lembrava da infância, dos garotos, da arvores altas que ela subia para observar as paisagens, adormecia e sonhava com tudo isso e no outro dia estava pronta pra realidade de novo.