quinta-feira, 16 de abril de 2015

Saudades de mim.

Eu não sei se você já se pegou com saudades de você no passado, mas eu já, por diversas vezes por sinal, olho pra trás e lembro de uma criança não muito sentimental com um coração bom, que de todas as coisas do mundo, com certeza não era egoísta. Ciumenta, ciumenta sim, cimenta ate hoje, inclusive da minha mãe, minha mãe é minha, não quero saber que tenho dois irmãos, ela é só minha e esteja dito.
Aquela criança que não gostava de bonecas e sonhava com o dia que ia doar todas, aquela criança que ganhava uma bola a cada três meses pois elas acabavam de tanto uso, aquela criança com sorriso solto, que empinava pipa, aquela pessoa inocente do tipo de criança que são raras hoje em dia. Cara, como eu mudei, como sinto falta de mim.
Eu olho pra mim e vejo como sinto raiva por nada, por coisas bobas, por coisas que daqui uns três meses eu não vou entender de onde tirei tanta raiva e nem porque me senti assim, é tão fútil, tão... É, eu gostava mais de mim quando o pouco era muito, quando eu corria de beijos e ria com mais facilidades das caricias do meu pai, quando raspava a bacia do bolo, quando chorava porque queria ir a escola, quando meu cérebro explodia de criatividade.
É, estou morrendo de saudades de mim.
Eu era uma preguicinha cheia de energia, eu acreditava mesmo que ninguém acreditasse, eu não só sonhava, eu tinha fé nos meus sonhos. Poh, saudades daquilo tudo, do pé de manga, da minha vó, panquecas, macarrão e da casinha no pé de tamarindo, dos finais de semanas na casa da minha vó, como eu amava minha vó, que saudades daquela velha estressada, que dor foi perde la!
Como eu cresci, como eu me sinto velha! Como eu não me reconheço e aprendo a me amar do jeito que sou.

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